Atenção – Estepe no Velho73 Não é um Tutorial
O Planeta Buggy não pretende ensinar ninguém a trabalhar com PRFV, apenas dar algumas ideias de como espaços podem ser aproveitados e como isso pode ser feito.
Lembre-se sempre que o que envolve produtos químicos exige muito cuidado, atenção e habilidade.
A caixa do estepe no Velho73 foi feita por um profissional do ramo, o Flávio.
Se quiser arriscar nesta façanha, comece pequeno, faz uma tampa para o trambulador, para o porta-luvas, ou algum pequeno remendo. Mas o Planeta não se responsabiliza pelo resultado.
Estepe no Velho73 (texto e fotos de 2003)
Após “exaustivos estudos”, finalmente cheguei a conclusão de que seria possível a elaboração de um espaço específico para a colocação do estepe no Velho73. E, na quarta reforma do Velho73, aproveitei para fazer também esta melhoria.
Com o levantamento da carroceria, criou-se um espaço que está sendo aproveitado para colocar um estepe no Velho73.
A primeira providência, foi comprar o pneu e câmara da Honda Biz, como muitos companheiros do Planeta já fizeram. E optar por uma roda que tivesse uma largura suficientemente pequena para acomodar o pneu e caber no pequeno espaço que tínhamos por ali.
A Kaufmann, de Porto Alegre, está fabricando (em 2003) estas rodas em aço, sem cortes e sem soldas, especificamente para colocação em buggies.
É uma empresa séria e seus produtos são de qualidade, mas optei por utilizar uma roda gaúcha, fabricada sob medida pela Indústria de Rodas Alemão Ltda., de Bento Gonçalves-RS (fone: 054-34532818 ).
O Alemão é o mesmo que fabricou as rodas originais do Velho´73, há quase 30 anos (nota de 2023: 40 anos)!!! Fabrica em vários tamanhos e tem também um modelo “palito”, em medidas maiores (17″ e 18″).
Modelagem da Caixa do Estepe no Velho73
A primeira tentativa de fazer o molde para a peça que seria a caixa do estepe, não deu certo. Procurando objetos com formato aproximado, compramos uma bacia plástica. O tamanho não era exatamente o mesmo, de maneira que ainda tivemos que fazer uma pequena adaptação. Claro que não podia dar certo!
Na galeria a seguir, as duas primeiras fotos mostram como era o espaço para estepe no Velho73. Nota que era feito para um estepe em pé, como nos Manx II. Bruce não pensava em carregar pessoas ali, era um carro para dois.
A fibra foi recortada para encaixar o novo compartimento do estepe no Velho73. Na segunda e terceira fotos, o teste com a bacia. A seguir, montamos um molde em uma empresa que faz calhas e rufos. Apenas uma chapa galvanizada, calandrada e soldada na medida certa.
Aí, foram moldadas algumas chapas finas de fiberglass, colocadas à volta da forma e novas camadas de fiberglass foram laminadas, formando o compartimento. O uso de lâminas finas facilita a montagem, pois são flexíveis. Nada foi laminado diretamente neste molde.
Para aproveitar o espaço, uma parte do compartimento foi rebaixada para colocar ferramentas ou coisas assim. Uma abertura foi feita para acessar o cabo de embreagem. Mostrou-se bem funcional depois.
Montagem Final no Local
A sequência de fotos a seguir mostra o teste com o pneu montado, a colagem no local e a laminação do acabamento. Aproveitamos e também fechamos a caixa da bateria. Acabamento é tudo!
Na parte inferior, usou-se gelcoat aplicado com pincel e dissolvido em acetona. Normalmente, o gelcoat cura na ausência de ar, pois fica na primeira camada da forma. Mas com a acetona foi possível fazer a aplicação e secar normalmente. Está lá até hoje, então deu certo!
Claro que para fazer esta aplicação, a fibra foi bem lixada com lixa seca.
Depois de pintado, parece que foi sempre assim. O acabamento foi feito com massa PU, o mínimo possível. A pintura, poliéster com verniz PU.
Repara a tampa da abertura do trambulador, também feita com fiberglass e o fechamento do lift, que ainda estava aberto ali.
A última foto mostra a estrutura do banco traseiro, também feita em fiberglass e dobradiças de aço inox, usadas em barcos.
O Flávio, profissional que fez este belo serviço na caixa do estepe no Velho73, fez também todos os buggy Polo, fabricados aqui em Pelotas. Aposentou-se, para nosso azar!
As Maravilhas do PRFV, Vulgo Fiberglass
O plástico reforçado com fibra de vidro – PRFV – é um material versátil e relativamente simples de ser trabalhado. Normalmente a gente se refere a ele como “fibra de vidro” ou, simplesmente, fiberglass.
Não exige ferramental especializado (quando for apenas para hobby ou pequenos remendos), apenas conhecimento, capricho e muito cuidado, pois lida-se com coisas potencialmente nocivas à saúde. Se for se aventurar a fazer algo com fiberglass, estuda não só como fazer, mas como se proteger e trabalhar sem riscos.
Para a elaboração da caixa do estepe no Velho73, usamos uma prosaica chapa de lata galvanizada como molde e as chapas planas foram laminadas sobre uma velha mesa de fórmica.
Cuidados ao Trabalhar com PRFV
Trabalhe em um espaço bem arejado, os vapores da resina e seu solvente são tóxicos. Siga as instruções dos fabricantes dos produtos.
Use máscara e óculos de proteção. Mangas compridas, luvas , não deixe pele exposta, pois se fores cortar ou lixar o PRFV, as minúsculas partículas irão te incomodar por muitas horas (dias).