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Manutenção em Fibra de Vidro – Dicas da Puma
Este material sobre manutenção em fibra de vidro foi elaborado pela Puma, para seus revendedores. “Catei” no Forum Nacional de Veículos Antigos” – fnva.com.br. Postado pelo usuário João Cesar Santos.
Infelizmente, o fórum não está mais ativo, mas a página do link ainda está, então, deixei aqui porque pode ser que, eventualmente, ela seja recuperada e reapareça.
Como Manutenção em Fibra de Vidro é assunto de interesse geral, achei interessante colocá-lo por aqui.
Fibra de vidro é um material de relativamente fácil manutenção, desde que se tenha as habilidades e o conhecimento necessários.
Esta postagem não tem a intenção de prover conhecimentos técnicos sobre manutenção em fibra de vidro, apenas a título de informação e conhecimento básico.
O interessante deste conhecimento básico, é que, mesmo que não haja a disposição de fazer o trabalho, conhecer um pouco permite acompanhar o profissional e ver se ele está fazendo a coisa certa.
Ou para aquela conversa nos encontros, dando ar de sabichão!
Ilustrando
Só para ilustrar esta matéria, algumas imagens históricas da fábrica da Puma, do fotógrafo Karl Ludvigsen replicadas no site Maxicar. Aqui não é sobre manutenção em fibra de vidro, mas fabricação, como era no final dos anos 60!
Comunicados da Puma a seus Revendedores
Manutenção em Fibra de Vidro
Com a finalidade de mantê-los atualizados com a técnica para a recuperação de pinturas e reparação de peças em Fiberglas, no caso do aparecimento eventual de bolhas ou pequenas avarias, anexamos a presente instrução para o tratamento da pintura e para correção das peças mencionadas.
Assunto: Correção de peças em fibra de vidro
As Matérias Primas básicas empregadas para retoques são as seguintes:
ESPECIFICAÇÃO – FORNECEDOR
Manta M-740 – Ocfibras
Resina Poliester (Uceflex AC-112) – Ucebel
Naftenato de Cobalto (acelerador) – Poliquima
Peróxido de M.E.K. (Catalizador) – Poliquima
Gel-primer branco Ferro – Enamel
A resina apresenta-se na forma xaroposa. Devemos adicionar-lhe, inicialmente, 0,3% de Naftenato de Cobalto (líquido roxo) e, na hora da operação, 1,0% de Peróxido de M.E.K. (líquido incolor).
A RELAÇÃO NORMAL FIBRA/RESINA É DE 30%
EXEMPLO: Para 200 gr. de manta, devemos consumir 666gr. de resina. Já contendo 2 gr. de Naftenato de Cobalto. Como acima. Na hora da aplicação adicionar aproximadamente 7 gr. de Peróxido de M.E.K
ATENÇÃO: Nunca misturar Peróxido de M.E.K. com Naftenato de Cobalto. Há perigo de explosão.
OPERAÇÃO:
Lixar a superfície a ser reparada com lixa grão 80.
Limpar a superfície com estopa umedecida em redutor.
Cortar a manta de acordo com a superfície a ser reparada.
Adicionar à resina o naftenato de cobalto e, posteriormente, o peróxido de M.E.K. (misturar bem cada etapa).
Aplicar a resina (já acelerada e catalizada) com uma trincha sobre camadas de manta, até que se tenha uma espessura um pouco maior que a real da peça (0,5 a 1,0 mm).
Após a cura (endurecimento), lixar com lixa grão 80, até a espessura normal da peça.
Posteriormente, pinta-se a superfície reparada com gel primer branco.
Após curado, caso surgam alguns pontinhos, conhecidos como cabeças de alfinetes, faz-se uma mistura de gel primer com talco, até que se obtenha uma massa não muito grossa e que seja aplicável com espátula.
* Não esquecer de adicionar à mistura 0,3% de Naftenato de Cobalto e, na hora da operação, 1,0% de Peróxido de M.E.K.
Dar sequência, a partir do ítem 10, conforme circular em anexo.
EM CASO DE TRINCAS OU ROMPIMENTO DA SUPERFÍCIE
ÁREA FALTANDO PEDAÇOS – Completar a parte que está faltando, pelo lado posterior com papelão ou chapa maleável. Em seguida, procede-se como do ítem 2 em diante.
NÃO FALTANDO PEDAÇOS – Ajustam-se as partes com a forma da área rompida, podendo-se utilizar pedaços de arame, para manter as partes na posição – preparam-se grampos, encerados (cera comum) que, após processado como do ítem 2 em diante, se consiga retirar o arame pela parte posterior, isto é, cortando com alicate e puxando a emenda do arame que deve ser feita por traz.
Assunto: Bolhas na pintura.
Raspar toda a superfície afetada pelas bolhas caracterizadas como cabeças de alfinete.
Lixar a referida superfície com lixa de ferro n.º 80 removendo todo o material até desaparecer todos os resíduos de tinta e massa até permanecer totalmente limpa.
Lavar muito bem toda superfície com acetona.
Aplicar à pistola duas camadas de gelcoat. Para cada caneca (da pistola De Vilbiss cheia) misturar 15 gramas de catalizador MEK Butanox M50 da Poliquima.
Após certa aplicação deixar secar por um período de 12 a 24 horas à temperatura ambiente.
Em virtude do gelcoat não apresentar uma secagem rápida e podendo o mesmo, ao passar-se de novo lixa, ficar agarrado a esta, deve, antes desta operação passar-se acetona por toda a superfície.
Após esta operação pode dar-se o caso de permanecerem uns pequenos buraquinhos na camada do gelcoat. Deve então proceder-se a uma mistura de gelcoat puro com talco, até que, o mesmo fique com a espessura de uma massa mais engrossada aplicável com espátula. Esta massa deve ser aplicada em cima de todos os referidos buraquinhos ou superfícies mais enrugadas ou arranhadas.
Esta superfície deverá depois de aplicado o gelcoat ser bem lixada (lixa de ferro 100 e posteriormente lixa 220 com água).
Esta massa deverá ser de novo misturada com o mesmo catalizador (como se procedesse a uma mistura igual à mesma massa aplicável na pintura normal de automóveis).
Deixar secar o tempo necessário para lixamento.
Após verificar-se esta secagem, passa-se uma lixa de água 320 a fim de retirar todas as impurezas que possam ter permanecido na superfície.
Aplica-se então o isolante acrílico (fundo selador da CORAL) passando-se sobre este uma lixa 320.
Aplicar 3 demãos de laca acrílica CORAL.
Deixar secar na estufa 60 minutos a 85°C.
Lixar de novo a superfície com lixa 400.
Aplicar 2 demãos de laca acrílica bem fina.
Antes de aplicar o verniz incolor acrílico misturar para uma simples coloração uma pequena quantidade de laca acrílica.
Pistolar toda superfície com verniz incolor acrílico CORAL.
Deixar secar cerca de 06 horas antes de dar o polimento final.
N. B. Qualquer diluição no material de pintura só deverá ser feito com diluente acrílico da CORAL (thinner ou redutor).
Assunto: Recuperação de Carros Usados
Defeito – Bolhas na pintura provenientes de defeito de fibra de vidro.
Solução – Raspagem total da carroceria e pintura geral. (vide circular 001/78 de 11 de outubro de 1978)
OPERAÇÃO – TEMPO/HORAS
1 – Raspagem da carroceria – 42,0
2 – Lixamento total da carroceria – 8,0
3 – Aplicação do Gel Primer – 1,0
4 – Lixamento do Gel – 8,0
5 – Aplicação de massa de poliéster – 8,0
6 – Lixamento final – 5,0
7 – Aplicação do isolante – 0,5
8 – Lixamento do isolante – 4,0
9 – Pistolagem (2 demãos de tinta de queimação) – 1,0
10 – Lixamento + 1 demão – 2,0
11 – Pistolagem (2 demãos finais de laca acrílica com verniz) – 2,0
12 – Estufa – 6,0
13 – Polimento – 6,0
TOTAL – 88,0 horas/serviço
MATERIAL APLICADO
10 x 1/4 laca acrílica
4 Gal. redutor acrílico
3 x 1/4 isolante acrílico
40 folhas de lixa
1,5 Kg. massa poliester
1/2 x 1/4 preto fosco
1/4 de quantil
1/4 verniz
Comentários do Planeta
Este material está sendo mostrado como foi apresentado aos revendedores da Puma na década de 60 ou 70.
O Planeta disponibiliza como curiosidade e para mostrar algumas das ações que podem ser feitas na manutenção em fibra de vidro.
Portanto, esta não é uma cartilha de como fazer manutenção em fibra de vidro, mas orientações para um profissional que já conheça o assunto.
Estão mantidos os mesmos materiais e marcas recomendados pela Puma em seus comunicados. Talvez alguns não existam no mercado e podem ter sido substituídos por outros mais recentes.
Mais “Mão na Graxa”
ok, manutenção em fibra de vidro não é exatamente mão na graxa, mas o sentido é o mesmo!
O Planeta tem uma coletânea de assuntos interessantes sobre manutenção em buggies, para que todos possam saber o que pode ser feito, mesmo que não pessoalmente.
Aliás, tudo que o Planeta informa é apenas com intuito de levar informações interessantes aos buggymaníacos, não com a intenção de ensinar como fazer. Isso é por conta e risco de cada um!
Conta ali nos comentários o que achou desta postagem sobre manutenção em fibra de vidro!
Atualizações do PB
A seguir, as atualizações mais recentes do Planeta, além desta postagem de material da Puma sobre manutenção em fibra de vidro. Para ver todas as publicações em ordem cronológica, clica em “Novidades” no menu superior.
Boa noite
Gostei das dicas sobre manutenção da fibra.
Mas me diga, [e necessário mesmo aplicar o isolante acrílico ?
Estou dando uma geral no meu Bugg MGK, e vou começar a mexer na fibra.
Obrigado
Olá, Jaime,
estas eram as orientações na década de 70. De lá para cá, as tintas e componentes desenvolveram-se bastante. Não vejo necessidade do isolante em uma pintura sobre fibra. Uma boa preparação e um fundo PU é a melhor opção. Dá uma olhada na pintura que fiz no meu buggy. https://planetabuggy.com.br/retoque-na-pintura/
Grande abraço