4Rodas Dezembro de 1983

Buggies Brasileiros da década de 80.

Nos anos 70 e 80, os consumidores brasileiros não tinham acesso a carros importados e, principalmente, esportivos. Daí, a febre dos fora-de-série e, na esteira deles, os buggies.

Neste ano de 1983, eram tantos buggies à disposição do mercado, que foi feita uma reportagem especial com eles, na 4Rodas Dezembro de 1983.

. Divirta-se, talvez o teu buggy esteja entre estes!

Transcrição da matéria da 4Rodas Dezembro de 1983 (com a grafia da época)

BUG. ENCONTRO COM A LIBERDADE

São carrinhos geralmente baratos e bem resistentes, para levar você onde sua liberdade escolher. Nas páginas seguintes, você encontra as características, preços e endereços para comprar este carro de verão. Depois, é só tirar a capota para sentir no corpo o calor do sole e a carícia do vento.

Reportagem de Vicente Alessi Filho – Foto de Paulo Rocha – Desenhos de Erkki Bohm – Produção de Carmem Ferreira

ANGRA

O Angra, fabricado pela Angra Indústria e Comércio de Carrocerias Ltda., no Rio, é um bug tradicional em sua aparência e construção: usa motor e plataforma Volkswagen (do Fusca, Variant, TL, Karman Ghia ou Karman Ghia TC, Brasília e SP2). Sua carroceria é de fibra de vidro, com santoantônio feito em tubo de aço e o pára-brisa pode ser dobrado sobre o capô.

Se quiser um Angra pronto para rodar, você gastará Cr$ 1.400.000. Fornecendo a mecânica, você pode baixar o preço para Cr$ 9000.000. E também existe a possibilidade de comprar o kit de carroceria, para montá-la e pintá-la em casa, dessa maneira, vocês gastará menos ainda: Cr$ 600.000.

Comprando o bug pronto, o prazo de entrega é de 25 dias.

ANGRA ESPECIAL

Produzido pelo mesmo fabricante do Angra, o Angra Especial lembra mais um automóvel esportivo fora de série do que um bug: tem um santoantonio tipo targa, com revestimento de fibra, que se transforma num prolongamento da carrocei e, ao contrário do Angra, seu pára-brisa é fixo.

As características de construção são as mesmas do outro: carroceria em fibra de vidro, motor Volkswagen refrigerado a ar e plataforma de qualquer modelo Volks que use motor traseiro (com exceção da Kombi).

Pronto, o Angra Especial custa Cr$ 1.700.000. fornecendo a mecânica, você economiza Cr$ 400.000 e, se quiser montar o bug por sua própria conta, compre o kit: custa Cr$900.000. O prazo de entrega do Especial é 45 dias.

BABY

Uma carroceria de resina de poliéster reforçada com fibra de vidro, motor Volkswagen refrigerado a ar e uma plataforma da mesma marca são os principais componentes do Baby, um bug que custa Cr$ 1.600.000. O motor é retificado e as outras partes passam por uma revisão. Por isso, a fábrica da para o carro uma garantia de 15.000 quilômetros ou três meses (o que acontecer primeiro).

Se você tiver, por exemplo, um velho Fusca que queira transformar num buggy, gastara menos: Cr$ 900.000. Não será possível apenas comprar o kit para montar e pintar o carro em casa: a fábrica só o fornece para sua rede de revendedores. O prazo de entrega é 60 dias. Entre os opcionais há pintura metálica, pneus e aros largos, pneus radiais e pára-brisa dégrade.

BRM M6

A BRM é a única empresa que produz os chassis de seus bugs, ao invés de uma plataforma Volkswagen: são formados de túnel central e de longarinas de aço tubular. A carroceria, como nos demais, é de fibra de vidro; suspensão e motor são de Brasília (na versão a álcool o motor é da Kombi) e o câmbio é o do Fusca. O modelo M6 tem faróis embutidos nos pára-lamas e santoantônio duplo e é vendido nas versões luxo e standard. Com mecânica zero km, eles custam Cr$ 5.400.000 e Cr$ 4.420.000; com mecânica apenas revisada, Cr$ 4.300.000 e Cr$ 3.340.000; os kit custam Cr$ 2.890.000 e Cr$ 1.620.000. A entrega demora no máximo 5 dias.

BRM M7

O M7 é o modelo de bug mais barato fabricado pela BRM. Tem, como o M6, chassi exclusivo em tubulação de aço, carroceria em fibra de vidro e a mesma mecânica da Brasília (exceto na versão a álcool, que usa o motor da Kombi).

Tem o estepe colocado atrás do compartimento do motor e faróis instalados sobre os pára-lamas, como os primeiros bugs que surgiram no país, mais de dez anos atrás. Também é produzido nas versões luxo e standard. Os seus preços são os seguintes: com mecânica zero km, Cr# 4.030.000 e Cr$ 3.650.000 com mecânica recondicionada, Cr$ 3.650.000 e Cr# 3.370.000, com mecânica somente revisada, Cr$ 2.980.000 e Cr$ 2.626.000 em kit, Cr$ 1.630.000 e Cr# 1.250.000. O prazo de entrega é o mesmo do M6.

Buggy Cooper

Este é, segundo o fabricante, o menor bug do país: tem apenas 2,53m de comprimento e uma distância entre eixos de 1,54m. É o Cooper. Usa chassi e mecânica Volkswagen e uma carroceria de fibra de vidro com santantônio no estilo targa; as lanternas são fabricadas exclusivamente para ele, assim como o painel, que tem um teclado de Fiat.
Sem opcionais, um Cooper custa Cr$ 1.900.000 e é entregue ao cliente com rodas de magnésio, pneus radiais, pára-brisa verde, capota e TRE.
Se o cliente preferir, pode fornecer a parte mecânica e economizar Cr$ 500.000. Pelo Cr$ 1.400.000 que pagará, a pessoa recebe o bug pintado na cor que escolher, licenciado e com pneus esportivos. A fábrica não vende kit. O prazo de entrega é de 30 dias.

Emis

No Emis Buggy, um modelo 2+2, a carroceria monobloco em resina de poliéster reforçada com fibra de vidro é montada sobre chassi tubular em “duplo Y”. Com motor Volkswagen 1600 zero km, rodas de liga leve e pneus radiais de 13”, custa Cr$ 2.922.000. Se o cliente entregar a mecânica, o preço cai para Cr$ 1.050.000. Mas é possível montar o Emis sobre chassi Volkswagen (Fusca, TL, Variant, Karman Ghia e Brasília) fornecido pelo cliente, juntamente com o restante da mecânica e motor refrigerado a ar, ao preço de Cr$ 950.000.

A Emis produz, também, o Family, de quatro lugares, com compartimento para o estepe na frente, e os preços do modelo zero km e das transformações são os mesmos.

O prazo de entrega é de 30 dias.

Phantom

O Phantom parece muito pouco com um bug: lembra mais um esportivo fora de série que tem duas portas e santoantônio do tipo targa.

Para seu fabricante, a Demoiselle, ele é um veículo que está entre os bugs de segunda geração (mais sofisticados) e o Puma conversível. A Carroceria é monobloco, feita em fibra de vidro e poliéster, e o chassi é o de qualquer modelo Volkswagen com motor traseiro (esceto o da Kombi), no tamanho original. O motor também é Volkswagen, de 1.600cm³.

Pronto, um Phantom custa Cr$ 2.600.000. E não há jeito de barateá-lo comprando o kit, porque a fábrica não o vende.

Os opcionais ficam inteiramente a critério do cliente, e a entrega demora perto de 40 dias.

Bug Rio

O Rio é um Bug tradicional de carroceria feita em fibra de vidro e que utiliza como chassi qualquer plataforma de veículo Volkswagen com motor traseiro (exceto o da Kombi, como é o caso dos modelos de outros fabricantes).

A fábrica, por enquanto, encarrega-se apenas da produção do kit (carroceria, suas fixações e acessórios). Por isso, quem quiser um modelo destes, precisa fornecer a plataforma com a suspensão, o câmbio e o motor.

Pela transformação, o fabricante cobra Cr$ 840.000 – incluindo o custo da mão-de-obra. Os opcionais são o para-brisa de vidro verde, rodas de alumínio, console central (junto à alavanca de câmbio) e pintura metálica na cor que o cliente escolher. O prazo de entrega é de 35 dias.

Spoiler

A mecânica é Volkswagen; os faróis, do Fiat; as lanternas traseiras, do Monza, a carroceria, chassi, para-choques e moldura do parabrisa são de fibra de vidro.

É assim, basicamente, o Spoiler, fabricado no Rio pela empresa do mesmo nome. Também é um bug que pode ser considerado barato: custa Cr$1.700.000 com mecânica usada (porém revisada pelo fabricante).

Mas o preço cai Cr$500.000 se você fornecer a parte mecânica: a transformação fica em Cr$1.200.000.

E se quiser gastar ainda menos, basta encomendar um kit do Spoiler para montar e pintar em casa ou na oficina de um amigo. Nesse caso, o preço é de Cr$900.000. O prazo de entrega é de até 30 dias.

Status

O bug Status é um dos mais baratos que existem atualmente no mercado: ele custa, pronto, Cr$ 1.500.000.

A carroceria, o assoalho e os parachoques são feitos de fibra de vidro; o chassi é de qualquer modelo Volkswagen com motor traseiro (com exceção da Kombi). Embora a parte mecânica seja aproveitada de carros usados, a Fibra-tecno, fabricante do Status, faz uma revisão e oferece ao cliente uma garantia de seis meses – tanto para a parte mecânica como para a carroceria.

Para baratear o custo, você pode conseguir um veículo Volkswagen cuja carroceria já esteja bem surrada, e aproveitar a plataforma, câmbio, suspensão e motor. Gastará Cr$ 900.000 para transformar isso tudo num bug. O prazo de entrega, em qualquer caso, é de até 20 dias.

Tander

O Tander Buggy utiliza chassi de Fusca ou Brasília que, recortado, fica 32cm menor, a mecânica é sempre Volkswagen, nova ou usada, com motor refrigerado a ar. A construção da carroceria é feita pelo processo de laminação em resina de poliéster com fibra de vidro.

A L’Auto-Craft fornece kit (sem a parte mecânica), completos ou parciais e também atende aos clientes interessados em comprar apenas a carroceria.

Mas só produz por encomenda e precisa de um prazo mínimo de 15 dias para a entrega.
Com mecânica zero km, o Tander buggy custa Cr$ 3.543.000, com mecânica usada, o preço cai para Cr$ 2.585.000. O kit custa Cr$ 1.000,000 e a carroceria Cr$ 550.000.

SPORT LC

Feito pelo mesmo fabricante do bug Rio, o Sport LC lembra mais um automóvel esportivo fora de série. Tal como o Rio, sua carroceria é feita em fibra de vidro e montada em plataforma Volkswagen que use motor traseiro (como exceção, de novo, da Kombi).

Quem quiser comprar um carro desses terá de seguir os mesmos passos de quem compra um bug Rio: conseguir a mecânica (nova ou usada) sobre a qual será montada a carroceria.

A transformação, neste caso, é mais cara: custa Cr$ 1.750.000 – incluindo também os custos de mão de obra.
Como opcionais, todos os que estão disponíveis para o bug Rio e também bancos dianteiros reclináveis.
A grande diferença é o prazo de entrega: até 60 dias.

Informações interessantes

Nesta matéria, da 4Rodas Dezembro de 1983 algumas informações interessantes para os curiosos de plantão. A Tander Car (ex Glaspac) ainda fabricava seus buggies em 1983. A BRM e a Emis eram as únicas que fabricavam buggies com chassi próprio e não utilizavam a plataforma do Fusca (ou Brasília). 

Interessante, o Selvagem, o Emis e o Baby também usavam a plataforma VW. E a 4Rodas chamava os carros de “bug”!

O Buggy na Imprensa

O Planeta Buggy tem coletado algumas matérias que saíram na imprensa brasileira e internacional sobre buggies.

Todas foram colocadas em uma página mestre, onde tem links para todas as matérias, inclusive esta aqui da 4Rodas Dezembro de 1983.

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