Buggy Billow do Sérgio Damico
Este é um buggy com uma boa história. Foi colocado no site em 2005 e o Planeta não tem mais contato com o Sérgio, mas gostaríamos de saber como terminou esta reforma!
A seguir, o relato do Sérgio Damico sobre a compra e o início da reforma deste belo e estiloso Buggy.
Olá.
Achei algumas fotos que tirei do Buggy Billow/74 e resolvi mandar para ampliar a galeria (pena que nenhuma delas mostre o capô traseiro com o nome Billow, mas vou mandar breve). Não são lá grande coisa, e aí vocês escolham o que tiver mais interesse pro site.
Esse buggy é um Billow (no documento consta “VW/Bugre”, que evidentemente está equivocado…), ano 74. O doador é uma Brasília 74. Comprei o carro em Rio das Ostras, em dezembro de 2004. Estava (e ainda está) bastante detonado, pois não tiveram nenhuma preocupação com o pobre coitado. Mesmo assim, gostei muito dele, principalmente porque o motor respondia bem, tem o estilo dos antigos buggies, é muito macio para dirigir e tinha a documentação em dia.
Para trazê-lo para minha casa, em Itaipuaçu/Maricá-RJ, foi uma aventura, pois são 150 Km de distância em uma estrada de mão dupla, com trânsito intenso e rápido; e o buggy depois de 60 km/h ficava muito instável, jogando para a direita e para a esquerda. Dos relógios nenhum funcionava, o que era um transtorno, porque a estrada tem vários radares eletrônicos e era difícil saber a que velocidade eu estava rodando. Por sorte combinei com um amigo de me seguir em outro carro, e ele piscava para mim quando chegava na velocidade correta. Foi a maior “neura”.
Mas correu tudo bem e o buggy fez o maior sucesso aqui em casa. Passeamos várias vezes, mas decidi pará-lo para uma revisão quando o carburador começou a falhar constantemente. O motor é 1500 com carburador simples (SOLEX). Tentei a troca do kit de reparo mas não deu certo. O problema estava no corpo do carburador, que tinha recebido muitas pancadas na lateral e amassou o duto onde passa uma bilha e ela estava emperrando. Além disso, o interior do carburador estava se esfarelando. Acho que devem ter posto álcool para ele rodar… Sei lá.
Não entendo muito de mecânica e estou só repetindo o que me disseram. Moral da história: comprei um carburador novo. Mas até chegar a essa conclusão já tinha trocado platinado (que estava mesmo ruim), condensador e até a bobina.
Troquei também a bateria, que parecia muito cansada quando o carro não pegava de primeira.
Depois de tanta coisa acabei decidindo dar um trato na carroceria, que estava com algumas rachaduras grandes e muitas microrachaduras e pés-de-galinha. A traseira, de tanto a galera sentar sobre a parte da lanterna, estava rachada por baixo e desnivelada em relação ao lado oposto.
O capô dianteiro estava empenado e as fechaduras tanto dele quanto do capô traseiro não funcionavam e eram fora do padrão normal. Os espelhos retrovisores externos eram pequenos e colocados muito baixos, só permitindo que se enxergasse os paralamas traseiros.
Os bancos estavam balançando e as travas dos trilhos não funcionavam (os dentes enferrujaram e quebraram). Só podiam ficar no final do curso dos trilhos o que obrigava a dirigir com a ponta dos pés. Muito cansativo.
Foi assim que decidi fazer uma “meia-sola” para corrigir esses problemas. Pedi ajuda ao meu irmão, Moacir (aparece aí numa das fotos), já que ele conhece alguma coisa de fibra e eu não sei xongas.
Ainda estamos trabalhando nele. Faz um mês que começamos e acho que estaremos concluindo dentro de uns 10 dias. Estamos reforçando todas as partes fracas (muito finas) da carroceria, alinhando os vincos, desempenando o capô, trocando fechaduras, trocando lanternas, faróis, arrumando o chicote e caixa de fusíveis, reforçando os suportes de fixação dos bancos e melhorando a posição deles, “inventando” um porta-luvas e “otras cositas más”.
As fotos não mostram claramente alguns detalhes, mas prometo mandar outras à medida que o trabalho vai evoluindo e quando estiver pronto.
A foto que aparece um detalhe da traseira mostra um corte que tivemos que fazer na fibra para poder “puxar” todo conjunto mais para cima e alinhar com o lado direito. Nesse local a fibra tinha pouco mais que 1 mm de espessura. Muito fina para que as pessoas possam sentar seus popozões ali sem danificar o carro.
Depois do alinhamento, reforçamos toda traseira com mais três camadas de fibra. O capô dianteiro foi reforçado usando um “U” que fizemos com um tubo de PVC marrom, dobrado no calor, que foi colocado sob o vinco de enfeite do capô. A fixação do tubo de reforço foi feita com a própria fibra. Ficou muito bom. Hoje o capô não torce nem um pouquinho. Depois vou tirar uma foto antes de pintar e mostro o detalhe.
A ficha do buggy é a seguinte:
VW Billow, ano 1974, plataforma de Brasília, motor 1500 a gasolina, 4 passageiros, rodas de liga leve, aro 14, assoalho em fibra, bóia do tanque de gasolina elétrica, esguicho de água para o párabrisas, cor original amarela (encontramos quatro camadas de tintas, todas amarelas embora em tons diferentes), freio a tambor na traseira e disco na dianteira, alimentação elétrica a dínamo, ignição por meio de botão (não sei se isso é interessante, mas como me causou surpresa, estou incluindo na descrição…)
Por enquanto é só isto. Depois conto mais, inclusive as soluções que estou procurando para o estepe e para um porta-luvas com tampa.
Um abraço
Sérgio Damico
Na primeira foto o capô parece de um Giants…