Tropi Kadron – Nota do Planeta (atualizada 2022)
Esta matéria está no site da Revista Quatro Rodas, mostrando um pouco deste clássico. No antigo site do Planeta, tinha muita informação e fotos do buggy Tropi Kadron. Eventualmente aparecerão por aqui. Inclusive este Buggy Kadron está no site, com fotos e detalhes contados pelo próprio Moura.
Em 2013, o Felipe enviou uma mensagem para o Planeta pedindo informações sobre algum Kadron original em São Paulo, para fazer parte de uma matéria. Claro que na hora, lembrei do Moura, que acabou mostrando este belo buggy para todo mundo.
Infelizmente, em outubro de 2022, soube do falecimento do Mora, um amigo virtual de muitos anos e que tinha especial carinho por buggies e carros de fibra. Tinha este Kadron e dois Gurgel Chef, inclusive um que foi de uso pessoal do próprio Gurgel. Que seja sempre lembrado nestas páginas do Planeta!
O Planeta Buggy fez uma classificação de buggies clássicos brasileiros e um dos primeiros a serem escolhidos foi justamente o Tropi Kadron, pelo estilo próprio, pela produção industrial e pelo apelo que o design do genial designer brasileiro, Anísio Campos, apresentou na época. Revolucionário.
O Planeta também fez uma análise do Buggy Kadron (poxa, analisar a obra prima do Mestre Anísio?), que está nesta postagem.
Tropi Kadron – Revista Quatro Rodas
O Tropi Kadron foi o primeiro buggy feito em série no Brasil. O Tropi Kadron marcou época pelo estilo e pelos cuidados na execução do projeto
Clássicos Brasileiros
Na virada dos anos 60 para os 70, o Brasil entrava de cabeça na influência cultural americana. Era época em que os jovens mais abonados ouviam rock n’roll e sonhavam com ondas havaianas e uma nova mania importada da Califórnia: o bugue, nascido em 1964 quando Bruce Meyers idealizou o Manx, formado por um chassi VW encurtado coberto por uma carroceria de fibra de vidro. No Brasil, o primeiro bugue registrado no Geia (Grupo Executivo da Indústria Automotora) foi o Tropi, em 1969, desenhado por Anisio Campos e construído pela Kadron, tradicional fabricante de escapamentos e acessórios.
A personalidade dos traços de Anisio ficou evidente nos detalhes, como o santantônio integrado à carroceria e os faróis dianteiros, inspirados no inglês Triumph TR5. Em matéria de estilo, dava um banho nos rivais: o Glaspac era uma cópia do Manx americano e o Bugato tinha o estilo controverso da Gurgel. Outro destaque era a qualidade: a carroceria de plástico reforçado com fibra era fabricada pela Puma e depois enviada à Kadron, que reduzia o chassi VW em 35 cm. Do Fusca também vinha o velho quatro-cilindros boxer – o favorito era o 1.3 -, oferecido a partir de 1967. A redução do peso para apenas 520 kg favorecia as frenagens e o baixo centro de gravidade proporcionava boa estabilidade, garantida também pelos enormes pneus traseiros.
A lista de personalização contava com mais de 30 itens, possibilitando que cada exemplar fosse único: instrumentação exclusiva, bancos concha, para-choque tubular pintado ou cromado, entre outros. Os primeiros usavam as lanternas do Fusca e o motor era protegido só pela placa traseira, num suporte basculante. Como isso dificultava a manutenção e inviabilizava a dupla carburação, Anisio redesenhou a traseira, adotando tampa articulada, para-lamas mais retos e lanternas da Variant. Na dianteira, só um retoque: os piscas inseridos nos para-lamas.
O exemplar das fotos foi fabricado em 1971 e pertence a Waldeney Vaz de Moura, que há mais de 20 anos o usa em passeios e viagens. De tão original, ganhou a placa preta. “A maior dificuldade em obtê-la foi convencer o delegado de trânsito de que ele havia sido fabricado em série”, diz Moura.
Nascido para as praias, o Kadron surfou nas ondas da juventude: foi homenageado na canção Dune Buggy, dos Mutantes, que usavam um Tropi com as cores da bandeira americana. Sua popularidade só foi afetada pela crise do petróleo de 1973 e pelo número de concorrentes, muitos fabricados em fundo de quintal. Em pouco tempo, bugue virou sinônimo de carro mal construído e perigoso.
A Kadron encerrou a produção em 1977. No entanto, a categoria mantém a fibra, especialmente no Nordeste, onde os bugues proporcionam passeios por praias e dunas. Com e sem emoção.
TESTE – Quatro Rodas – Novembro de 1971
Aceleração: 0 a 100km/h 18,5 s
Velocidade máxima: 117,69 km/h
Frenagem 80km/h a 0: 24,1 m
Consumo: 10,4 km/l (médio), 7,4 km/l (cidade) e 10,7 km/l (estrada, vazio)
PREÇO Outubro de 1971 Cr$: 4700 (kit básico, sem a mecânica)
Atualizado:
R$ 14 340 (IPC-SP, Fipe)
Motor | longitudinal, 4 cilindros opostos, duas válvulas por cilindro, comando de válvulas simples no bloco, dupla carburação Kadron (Solex 32) |
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Cilindrada | 1493 cm3 |
Atualizações do PB
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Bom dia. Vi no site antigo do PlanetaBuggy o Kadron do Ecio Enio, e gostaria de fazer contato com ele. Grato
Lamento, não temos o contato dele. Faz uns 15 anos que ele mandou aquelas fotos.
Ok, muito obrigado pelo retorno.
Sempre vejo o site dos senhores, Buggy’s, novidades, dicas, fotos e tudo mais. Quando vi um determinado anúncio de maio de 2018, lembrei que este buggy estava lá, ou que seria outro muito parecido. Consultando novamente pela placa, tive a certeza de ser o mesmo, já com outro proprietário, lógico. Tentei comprar naquela época e não deu certo. Em 2019, setembro-outubro novamente a pessoa tornou a anunciar, então tentei saber mais dele para obter informações com os senhores e também pesquisando pela internet, mas não consegui contacta-lo para obter informações sobre o Buggy Kadron quando ainda era dele.
A boa nova é que desta última vez, finalizamos a transação e que aquele buggy atualmente está comigo
Muito obrigado novamente, pelo retorno
Um forte abraço
Boa notícia, um clássico nas mãos de alguém que vai cuidar dele! Boa sorte e, se precisar de auxílio, é só mandar tuas dúvidas, sugestões ou para mostrar teu Kadron, lá no forum do Planeta. Ou aqui, mas aqui pode se perder.